Boldo (Peumus Boldus Mol)

Boldo

 

 

Nome científico: Peumus Boldus Mol.

Outro(s) Nome(s) Popular(es): boldo-do-chile, boldo-verdadeiro,

boldo-medicinal, boldo, boldu, boldus, boldoa, boldina, baldina e molina.

Família: Monimiaceae.

Parte Utilizada: folhas, frutos.

Descrição Botânica: É uma árvore perene arbustiva de crescimento lento, que produz pequenos frutos. Atinge de 12 a 15 metros de altura.

Cada planta só possui um sexo, e portanto, plantas de diferentes sexos devem ser plantadas próximas umas das outras, para estimular a reprodução.

Uso terapêutico:

Ação hepatovesicular- Digestiva

Empregado em casos de desconforto digestivo e do fígado, o seu princípio ativo é a boldina, um alcalóide, principal responsável pelas suas propriedades hepatoprotetoras, eupedicas e coleréticas. A boldina pura, administrada por via pariental em ratos, demonstrou aumentar a secreção biliar. (Bohm K.,1959).

Ação Antimicrobiana

O ascaridol apresenta propriedades antihelmínticas, ainda que devido a seus efeitos adversos ele tem sido substituído por compostos sintéticos um pouco mais seguro. (Wagner H., 1977).

Diurético

Os flavonoides apresentam uma ação diurética discreta, quando ingeridos como óleo essencial, o que não é permitido no Brasil. (Alonso, J., 1998; Arteche Garcia A. Et. Al, 1998).

Outros

Além disso estudo comprovam que possui ação Antiespasmódica, anestésica, anti-inflamatória, antioxidante, depurativa.

Indicação de uso: O macerado de 2 folhas de boldo em 1 copo de água (por 6 a 10 horas), à noite e pela manhã, durante uma semana acaba com o cansaço da pele, dando-lhe viço e realce;

Maceração: 5 folhas em um copo d'água, tomar 2 a 3 vezes ao dia (ressaca alcoólica), recomenda-se tomar antes e após ingestão de bebidas alcoólicas;

Infusão: 5 folhas por litro d'água, tomar pela manhã (para o fígado) ou após as refeições (contra diarreia);

Infusão: 2 gramas de folha em 100 ml de água fervente por 20 minutos. Tomar três vezes ao dia, antes das refeições.

Tintura: (aperiente) colocar 1 colher de folhas picadas em 1 xícara. de álcool neutro 70º GL, deixar macerar por 3 dias, tomar 1 colher dissolvida em água antes das refeições.

Infusão ou decocção a 5% dose máxima diária: 200 ml;

Extrato fluido, dose máxima diária: 5 ml;

Tintura, dose máxima diária: 25 ml.

É mais bem aproveitado quando consumido em pequenas quantidades e em combinação com outras plantas, fator que ameniza os efeitos-colaterais do boldo-do-Chile.

Um dos exemplos demonstrado em estudos, é o extrato de Boldo e casca Sagrada (Rhamnus purshiana) para aumentar o fluxo de bílis sem alterar o índice litogénico correspondente a composição da bílis. (Salati, R. Et al., 1984).

Constituintes Químicos: Icalóides derivados da aporfina (boldina, reticulina, isocoridina, esparteína), mirtenal, 1,8-cineol, p-cimeno, eucaliptol, ascaridol, flavonóides (pneumosídeo e boldosídeo), 1-metil-4-isopropenil-benzeno, 2-decanona, 2-heptaona, 2-nonanona, 2-octanona, alfa-3-careno, alfa-fenchol, alfa-hexilcinamaldeído, alfa-methilionona, alfa-pineno, alfa-terpineol, benzaldeído, benzil-benzoato, beta-pineno, boldoglucina, bornil-acetato, canfeno, cânfora, colina, cumarina, cuminaldeído, eugenol, farnesol, fenchona, gama-terpineno, isoboldina, isocoridina, óxido-n-isocoridina, isorhamnetina-3-glucosídeo-7-rhamnosídeo, kaempferol-3-glucosídeo-7-rhamnosídeo, laurolitsina, laurotetanino, limoneno, linalol, metil-eugenol, norisocoridina, p-cimol, rhamnetina-3-arabinosídeo-3'-rhamnosídeo, sabineno, terpinen-4-ol, terpinolino, 2-tridecanono, 2-undecanono, eta-isometilionono, n-metillaurotetanino, paquicarpina, resina, reticulina, taninos, sitosterol, sais minerais, ácidos orgânicos, glicídeos e lipídeos.

Contraindicação: Este medicamento não deve ser usado por pessoas que têm problemas de obstrução nas vias biliares e em patologias hepáticas severas (McGuffin,M. Et al, 1997; Brinker F., 1998.). O boldo-do-Chile demonstrou ser abortivo e causou defeitos congênitos em estudos com animais, portanto, não deve ser usado durante a gravidez ou fase de amamentação. Os constituintes químicos presentes no boldo-do-Chile podem afinar o sangue o sangue, portanto, pacientes que fazem uso de medicamentos para afinar o sangue ou que possuem doenças com tendência a diluir o sangue (tais como hemofilia ou trombocitopenia) não devem consumir o chá de boldo-do-Chile. O boldo-do-Chile possui efeito diurético e é contraindicado para uso a longo prazo. Doses elevadas devem ser evitadas.

Toxicidade: Segundo Steinegger & Hansel (1988) podem ocorrer, com o uso prolongado ou de altas doses: hepatotoxicidade, hiperemia da mucosa gastrointestinal, que pode levar a inflamações, distúrbios da coordenação, alterações psíquicas e convulsões. 

Interações Medicamentosas e associações: Não há referencias sobre a interação Medicamentosa. 

Bibliografia:

LORENZI, H. Plantas Medicinais no Brasil. 2ª Edição. Editora Plantarum, 2002.

ALONSO, J. R. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. 1ª Reimpresión. Buenos Aires:Corpus Editorial, 2007.

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