segunda-feira, 4 de janeiro de 2010


Tomilho - Thymus vulgaris L.


O tomilho — Thymus vulgaris L.— é uma planta originária da região mediterrânea, possuindo diversos princípios que lhe confere o uso na culinária, fitoterapia e aromaterapia, tanto em empregos caseiros e tradicionais menos elaborados, sendo cultivados em pequenos canteiros ou floreiras, como em usos mais intensivos em indústrias. Seu nome Thymus deriva da palavra grega thuos que refere-se a “madeira que quando queima exala agradável aroma”, sendo está queimada nos templos como um incenso, vislumbrando felicidade, força, força e altivez. Nessa busca por mais força e vigor os soldados romanos se banhavam com de tomilho antes das batalhas e os cavalheiros na época das cruzadas usavam os ramos da planta em sua vestimenta. (NEGRAES, 2003)
O tominho se caracteriza por ser um arbusto perene, atingindo entre 20 e 30 cm de altura, possuindo um caule tortuoso, lenhoso e rasteiro que se agrupam formando uma touceira, suas folhas verde-acinzentadas, são opostas, pequenas, sésseis, com o pecíolo curto, lineares, lanceoladas, oblongas ou ovais, com os bordos enrolados para baixo. As suas flores são pequenas, podendo ser róseas ou brancas, e a planta toda exala um aroma picante e amargo. (PANIZZA,1999 ­/ MARTINS et al, 2000)

Parte utilizada
Capítulos florais (sumidades floridas) e folhas, utilizados frescos ou secos ao sol.

Princípios ativos:
O principal constituinte ativo do tomilho é o óleo essencial, com cerca 1,0% a 2,5%, que é composto principalmente por: timol, carvacrol, linalol, p-cimol, cimeno, thymene, α-pineno, apigenina, luteolina, e 6-glicosídeos, di e tri flavonas, além da presença de taninos, vitamina C flavonóides, ácidos fenólicos, ácido oleanólico, ácido ursólico, resinas e saponinas. (OMS, 1999 / MARTINS et al, 2000 / ESALQ, 2009)

Propriedades terapêuticas
Atividade espasmolítica e antitussígena atribuída através de testes in vitro à presença de polimetoxiflavonas. Atividade expectorante e secretora, observadas em testes com a solução diluída de óleo essencial ministradas a rãs, que teve com resultado a estimulação dos movimentos ciliares da mucosa da faringe e com o extrato houve um aumento na secreção de muco dos brônquios. Atividade antifúngica e antibacteriana, onde estudos in vitro demonstraram que o óleo essencial de tomilho, atua contra uma série de fungos, entre eles podemos destacar: Cryptococcus neoformans, Aspergillus e Zygorhynchus, e a atuação contra as seguintes bactérias: Salmonella typhimurium, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, entre outras. (OMS, 1999)
Broncodilador, expectorante, antiespasmódico, eupépticos, colagogo, colerético, hipotensor, enurese, analgésico, antiinflamatório, anticoagulantes, antiagregante, antitrombóticos, antioxidante e antitérmico (ALONSO,1998)
Foi realizada uma análise in vitro dos efeitos do chá de Thymus vulgaris Linn, sobre a aderência de Candida albicans à resina acrílica, onde os resultados alcançados mostraram uma significativa redução da aderência de C. albicans à resina acrílica, quando comparado ao grupo controle. (CARRETO et al, 2007)

Indicações terapêuticas
Problemas relacionados com as vias respiratórias, asma, bronquite, melhorar os processos digestivos, aumentar a liberação de bile, hipertensão arterial, incontinência urinária, inflamações, trombose, como antioxidante, processo febril, como analgésico e para fazer limpezas e assepsias. Usos aprovados pela comissão E, coqueluche, bronquite e catarros na parte superior do aparelho respiratório. (ALONSO,1998)


Contra indicações
Pessoas com hipertiroidismo, ulcera gastroduodenal, gastrite, e crianças menores de 6 anos. (ALONSO, 2004) Segundo OMS (1999), apesar de não ter apresentado resultados significativos, o uso medicinal do tomilho deve ser evitado durante a gravidez e lactação.

Uso culinário
Seu aroma herbáceo e quente, junto com um sabor picante e amargo fazem parte de ingredientes de famosas composições da culinária, estando presente no buquê garni, ervas de provence e ervas finas, além de seu uso isolado de seus ramos frescos ou desidratados servirem na aromatização de carnes, peixes, verduras, legumes, queijos, pizzas, aromatizar azeites e vinagres, para rechear pepinos, tomates, pimentões, berinjelas e embutidos contribuindo na conservação da carne evitando o desenvolvimento de fungos. (NEGRAES, 2003 / LINGUANOTTO, 2004)


Referências

ALONSO, Jorge R. Tratado de Fitomedicina: Bases clínicas e farmacológicas. Argentina, Rosário: Corpus Libros, 1998.

CARRETO, Claunencil de Fátima Pires et al. Efeitos do chá de tomilho sobre a aderência in vitro de Streptococcus mutans ao esmalte dentário e Candida albicans à resina acrílica. In: Revista de Odontologia. São José dos Campos, SP: UNESP, 2007 (v. 36, nº 3). Disponível em http://www.hostcentral.com.br/rou/PDF/v36n3a14.pdf – Consultado em 20/08/2009

ESALQ. Plantas medicinais e aromáticas: cultivo de horta medicinal. Piracicaba, SP: USP, 2009. Disponível em http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/p05.pdf – Consultado em 16/08/2009

LINGUANOTTO, Nelusko Neto. Ervas & Especiarias: com suas receitas: dicionário gastronômico. 2ª ed. São Paulo: Gourmet Brazil / Boccato Editores, 2004.

MARTINS, Ernane Ronie et al. Plantas medicinais. Viçosa, MG: UFV, 2000

NEGRAES, Paula. Guia A-Z de Plantas: condimentos. São Paulo: Bei Comunicação, 2007.

OMS. Who Monographs on Selected Medicinal Plants. Geneva: WHO, 1999 (v. 1). Disponível em http://whqlibdoc.who.int/publications/1999/9241545178.pdf%20–%20Consultado%20em%2009/08/2009

PANIZZA, Sylvio. Plantas que Curam: cheiro de mato. São Paulo: IBRASA, 1997.

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