quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Bardana

Nome: Bardana, baldrana, bardana-maior, carrapicho-de-carneiro, carrapicho-grande, erva-dos-pega-massos, erva-dos-tinhosos, gobô, labaca, lapa, orelha-de-gigante, pega-nossa, pegamassa, pegamasso, - Arctium lappa 
 bardana
Sinonímia de nome científico: Arctium majus, Arctium vulgare,  Lappa major, Lappa officinalis, Lappa vulgaris, Arctium chaorum, Arctium leiospermum.

Família: Asteraceae

Origem: Europa

Curiosidades: A bardana é planta bianual, muito conhecida e usada na alimentação e na fitoterapia. É atóxica (não possui nenhuma toxicidade, o uso é portanto bem seguro), nutritiva e com muitos poderes medicinais. Além disso é muito fácil de cultivar. Muito usada na culinária japonesa as raízes da bardana são ótimas para empurás, sopas, refogadas em óleo de soja, com arroz, em refogados de carne e até mesmo fritas como chips. As folhasleo-mic-Arctium-lappa-160 podem ser utilizadas da mesma forma como a acelga, crua ou cozida. As flores também podem ser aproveitadas e têm sabor semelhante às alcachofras.
Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, profundo, drenável (que não encharca), enriquecido com matéria orgânica (humus, restos de folhas e materia organica em geral) e irrigado regularmente. Adapta-se a uma ampla variedade climática, mas prefere o clima mais ameno. Para a obtenção de raízes longas e bonitas, sugere-se preparar os canteiros e camalhões da mesma forma que para cenouras, elevando-os em pelo menos 15 cm de altura. Multiplica-se por sementes, postas a germinar no meio do verão. A colheita de raízes se inicia cerca de 4 meses após o plantio. As folhas e raízes devem ser colhidas antes das flores sairem, para que não percam suas propriedades medicinais ou fiquem fibrosas.

Constituintes químicos: acetado de diidrofuquinona; ácido caféico, ácido clorogênico, ácidos orgânicos; ácidos graxos; ácido arético, ácido tânico, antibiótico (semelhante à penicilina); arctiina, arctinona, articol; arctiopricina, benzaldeído, carbonato de potássio; eudesmol; fenil-acetaldeído, fitosteróis (sitosterol e stigmasterol); fuquinona; inulina; lapina; lapolina; mucilagens; nitrato de potássio; palmitato de diidrofuquinona; gobosterina, polifénois; resina; sais minerais; taraxasterol;
- raiz: proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C.

Estudos científicos: Diversos estudos têm sido conduzidos para avaliar o efeito de extratos  de Bardana sobre microrganismos. Algumas pesquisas têm evidenciado atividades variadas, tais como: antibacteriana e antifúngica (Tesk & Trentini 1991), ação anti-oxidante (Maruta, Kawabata & Niki, 1995) e efeito anti-agregação plaquetária (Iwakami & Ebizuka., 1992). De acordo com Teske & Trentini (1991), tanto na raiz quanto nas folhas da planta são encontradas várias substâncias com potencial terapêutico, como: óleos essenciais, taninos, polifenóis, composto antibiótico semelhante a penicilina, vitaminas B e C, cálcio, fósforo e ferro. Outros estudos têm demonstrado efeito hepatoprotetor quando do uso crônico de etanol e também contra carcinógenos, sendo estes efeitos devidos provavelmente aos componentes lignanas, que apresentam atividade antioxidante (Morita et al., 1984; Lin et al., 1996).

Nota: Existem outros estudos mais recentes que comprovam essa atividade antioxidante e ações antifungicas e antimicrobianas da Bardana. Para mais informações consulte a bibliografia no fim da postagem.

Propriedades medicinais: adstringente, antiescorbútica, antiinflamatória, antimicrobiana, antineoplásica, anti-seborréico, anti-séptica, bactericida, bronquite, calmante, cicatrizante, colagoga, colerética, depurativa, diurética, emoliente, estimulante do couro cabeludo, fungicida, hipoglicemiante, lenitivo, purificante, sudorífera, tônica.

Usos terapêuticos: diabetes, seborréia facial, impetigo e acne; eczemas da pele, do couro cabeludo, psoríase, furunculoses, abcessos, úlceras cutâneas, micoses, diabetes, perda de apetite, hepatomegalia, icterícia, diminuição da secreção biliar e hepática, úlceras varicosas infectadas, otites, abcessos e infecções bucofaríngeas.

Principais Ações:

Sistema Hepatobiliar: colerética; atenuação da icterícia; redução da hepatomegalia; hepatoprotetora;

Sistema Gastrointestinal: aumento do apetite e do trânsito intestinal.

Sistema Endócrino: aumento das reservas de glicogênio hepático; hipoglicemiante e estímulo da produção de insulina pelo pâncreas.

Pele e anexos: efeito positivo contra seborréia facial, impetigo e acne; ação sobre eczemas da pele, do couro cabeludo, psoríase (uso interno e externo), furunculoses, abcessos, úlceras cutâneas e micoses.

Parte utilizada: raiz de 1 ano (com a casca), folhas frescas, sementes, flores secas.

Alguns modos de uso:

Uso interno:
- raízes cozidas, em ensopados e feijões;
- folhas cozidas como verdura.
- extrato fluído em álcool 25%: 2 a 8 ml;
- tintura 1:10 em álcool 45%: 8 a 12 ml três vezes ao dia;
- decocção de 10 g a 40 g de raiz para 1 litro d’água tomar 2 a 3 xícaras por dia, adoçando com mel, depois de esfriar: depurativo, afecções gástricas e hepáticas, diurética, gota, reumatismo, artrite, sífilis, lepra, doenças infecciosas, diabetes;
- infusão de uma colher das de sopa de folhas e flores secas picadas em um litro d’água. Tomar 3 a 4 xícaras das de chá ao dia;
- infusão de 2 a 6 g de raízes secas com casca: tomar três vezes ao dia;
- infusão de 30 g de raiz de bardana, com casca em três xícaras de água fervente. Deixar por 30 minutos, coar e beber em duas vezes durante o dia: diurético;
- infusão de uma colher das de sopa da mistura das seguintes ervas: 60 g de raiz de bardana, 25 g de alcaçuz, 50 g de dente-de-leão, 40 g de gramínea e 20 g de raiz de chicória, previamente cortadas, em um xícara de água fervente. Beber pela manhã, em jejum, sem adoçar: depurativo;
- infusão de 4 a 6 g das sementes. Tomar 3 vezes ao dia;

Uso externo:
- tintura: compressas locais;
- cataplasma: raiz fresca (uso externo);
- compressa: fazer decocção com 20 g de raízes frescas em 1 litro d’água, aplicar 3 a 4 vezes ao dia nas partes afetadas;
- decocção ou extrato glicólico1 a 3% em xampus, tônicos capilares, cremes e loções para peles oleosas com cravos e espinhas;
- cataplasma feito com decocção das raízes: aplicar sobre o local afetado: úlceras e chagas;
- cataplasma feito com uma folha fresca de bardana esmagada, depois de lavada e enxuta: furúnculos, abscessos, enfermidades da pele, herpes, seborréias, eczemas úlceras, chagas.

Bibliografia:

ALONSO, J R., Tratado de Fitoterapia, Bases Clinicas y Farmacológicas, Editora: Íris, 1998.
Memento Terapêutico de Bolso - monografias de conclusão da graduação modular em fitoterapia, UAM, 2007

LUBIAN, CT et al. - ESTUDO IN VITRO DO POTENCIAL ANTIFÚNGICO DO EXTRATO AQUOSO DE Arctium lappa L. SOBRE ESPÉCIES DO GÊNERO Candida, 2007

CIBELE MCPG, et al. - Avaliação in vitro da atividade antioxidante do extrato hidroalcoólico de folhas de bardana, 2006

Nakamura, C.V. et al. - Avaliação da atividade antibacteriana e antifúngica de extratos de plantas utilizados na medicina popular, 2003.


2 comentários: